“O petróleo não é esse vilão todo de emissões”, diz Magda Chambriard durante reunião na Firjan
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu nesta terça-feira (14) a integração entre os setores de petróleo e agronegócio como caminho para o desenvolvimento econômico e social do Brasil, aliado à redução de emissões de gases de efeito estufa. “O petróleo não é esse vilão todo de emissões”, afirmou durante reunião do Conselho Empresarial de Petróleo e Gás da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan).
Chambriard rebateu críticas à exploração da Margem Equatorial em meio à preparação do Brasil para sediar a COP30, destacando que segurança energética e responsabilidade climática devem caminhar juntas. “Se queremos viver melhor pela questão do clima, também queremos bem-estar social”, disse.
A executiva também comentou a declaração do presidente francês Emmanuel Macron, contrário à exploração da Margem Equatorial. “Eu queria ter perguntado a ele quando vai proibir motores a combustão de circularem em Paris, mas não tive a oportunidade”, ironizou.
Segundo Chambriard, as iniciativas da Petrobras para reduzir emissões estão alinhadas às metas do Acordo de Paris, mesmo com o desenvolvimento de novas fronteiras exploratórias, como a Margem Equatorial, a Bacia de Pelotas e o pré-sal.
“Não é a Petrobras que se nega a fazer redução de escopo 3. O Brasil está evitando que a Petrobras faça. Temos que mexer no Combustível do Futuro e ver como o nosso combustível coprocessado vai participar desse mandato”, afirmou.
Ela reforçou ainda que a integração com o agronegócio será estratégica nesse processo. “Isso vai acontecer sem brigarmos com o agro. Queremos o óleo vegetal produzido pelo agro para que a gente consiga fazer mais diesel coprocessado e reduzir o escopo 3.”
Chambriard destacou os avanços já alcançados pela Petrobras na redução de emissões. “A Petrobras não está de costas para a necessidade de redução de emissões. Na última década, reduzimos 60% das emissões de metano e 40% das emissões de gás carbônico”, afirmou.