Navio-plataforma da Petrobras deve iniciar operações em dezembro e integra plano de expansão no maior campo em águas profundas do país.
A plataforma P-78 deixou neste domingo (13) o estaleiro Benoi, da Seatrium, em Singapura, com destino ao campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. Segundo a Petrobras, a unidade será rebocada até sua locação com tripulação embarcada, estratégia que permitirá antecipar o início da produção de petróleo em aproximadamente duas semanas.
“A operação na condição tripulada permite que diversos sistemas complexos do FPSO sejam mantidos em condição operacional, a continuidade do processo de comissionamento e o treinamento das equipes nesses sistemas, diminuindo o tempo total entre a chegada na locação final e o início da produção de petróleo”, informou a companhia em nota oficial.
Com capacidade para processar até 180 mil barris de petróleo por dia e 7,2 milhões de m³/dia de gás, a P-78 deve entrar em operação até dezembro deste ano. A viagem até o Brasil terá duração estimada de 40 dias.
A unidade será interligada a 13 poços: seis produtores (sendo dois convertíveis para injetores), seis injetores WAG (injeção alternada de água e gás) e um injetor de gás. A interligação será feita por meio de dutos rígidos de produção, injeção e exportação, além de dutos flexíveis para linhas de serviço e gas lift.
A construção da P-78 foi realizada pelo consórcio Keppel/Hyundai. O projeto envolveu a fabricação de 21 módulos, sendo 10 no estaleiro Brasfels (RJ), sete em Singapura e quatro na China. O casco da unidade foi construído na Coreia do Sul, enquanto os processos de integração e comissionamento foram concluídos em Singapura. A licença de instalação foi emitida pelo Ibama em outubro de 2024.
O campo de Búzios já conta com seis plataformas do tipo FPSO em operação — P-74, P-75, P-76, P-77, Almirante Barroso e Almirante Tamandaré. Até 2027, a Petrobras prevê instalar outras cinco unidades no ativo: P-78 (Búzios 6), P-79 (Búzios 8), P-80 (Búzios 9), P-82 (Búzios 10) e P-83 (Búzios 11).
Descoberto em 2010 e com início de produção em 2018, o campo de Búzios é um dos principais ativos da Petrobras. Em 2023, atingiu a marca de 1 bilhão de barris de óleo equivalente acumulados. A Petrobras é operadora do campo, com 85% de participação, ao lado das chinesas CNOOC (10%) e CNODC (5%). A Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) atua como gestora dos contratos de partilha.