Presidente da estatal também confirma possível reestruturação na área de gás, com redistribuição de funções entre diretorias
A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira (13) que as medidas de corte de custos e simplificação de projetos previstas pela companhia não comprometem os planos para a transição energética. Segundo ela, a estratégia de longo prazo da estatal segue alinhada à mudança da matriz energética, mesmo em um cenário de maior disciplina financeira.
“É época de redução de custos e ajustes de portfólio”, disse a executiva, durante entrevista coletiva sobre os resultados do primeiro trimestre. Ela destacou que a companhia está focada em “fazer mais com menos”, especialmente diante da queda da cotação do barril do Brent para o intervalo entre US$ 60 e US$ 65 no mercado internacional.
Chambriard também confirmou que a Petrobras estuda uma reestruturação interna na área de gás natural. Parte das atividades atualmente sob a Diretoria de Transição Energética e Sustentabilidade — comandada até recentemente por Mauricio Tolmasquim — deve ser transferida para a Diretoria de Refino.
“Havia um burburinho” sobre esse movimento, comentou Chambriard, em referência à saída de Tolmasquim, que agora integra o Conselho de Administração da Eletrobras. A redistribuição de atribuições visa aumentar a eficiência da gestão, segundo a presidente.
Preocupação com preços na bomba
Durante a coletiva, Magda também abordou a discrepância entre as reduções de preços feitas pela Petrobras e os valores percebidos pelos consumidores nos postos. Segundo ela, a estatal está preocupada com a situação de revendas com a marca própria cobrando acima da média do mercado.
Ela criticou os aumentos de margem praticados por distribuidoras após os anúncios de corte, e afirmou que a Petrobras já não tem controle sobre o varejo: “Não se esqueçam que a Petrobras perdeu a ponta [nas bombas de combustíveis]. Essa questão vai além das nossas responsabilidades e dos nossos muros”.
A estatal deixou de atuar diretamente na distribuição de combustíveis após a privatização da BR Distribuidora em 2021. A empresa, rebatizada de Vibra Energia, opera sob contrato de uso da marca Petrobras por um período de dez anos.
Por fim, Chambriard reforçou que a política comercial atual — que abandonou a antiga paridade de importação (PPI) — continua gerando caixa para a empresa. “A companhia está fazendo dinheiro, mesmo com os preços abrasileirados”, disse.